domingo, 6 de dezembro de 2009

Enquanto ando aqui às voltas com o relatório final da licenciatura, tudo são razões para distracção, mas há razões e razões, e esta que passo a descrever tem um grande carácter simbólico:
- passava-se o ano de 1998, tinha os meus catorze anos, preparava-me para ir para a escola secundária, e havia uma banda de uns rapazes mais velhos que era bastante conhecida e que eu já acompanhava desde os 12...Lembro-me de pedir autorização e uma cedênciazinha monetária à minha mãe para ir ver essa tal banda no designado Liceu de Faro. Lembro-me que não havia espaço para um caracol, mas guardo essa noite no meu pote de bonitas memórias, que cada vez que me recordo dá-me aquele travo nostálgico difícil de explicar. Há uns dias atrás, remexia eu numa gaveta que me acompanha sempre nas mudanças de poiso, e na minha colecção de bilhetes, que guardo religiosamente, encontro um bilhete de uma Rave Rock, no Liceu de Faro, em 1998. Pensei: fogo já passaram 11 ANOS, e esbocei um leve sorriso, que só se tornou de orelha a orelha quando hoje precisamente no meio de uma pesquisa encontro esta relíquia. É certo que a qualidade do som não é boa, mas dá para reviver os momentos que vivi a ouvir a tal banda, que tinha por nome....Melomenoritmica. Bem haja a quem tinha este tesourinho!



P.S. - Alegria Virtual, sempre foi a minha música preferida.....
FACAS NAS GALINHAS

Estreia no próximo dia 11 de Novembro, nos Recreios da Amadora, a peça "Facas nas galinhas", apresentada pelo Teatro do Aloes.

A peça pode ser vista de Terça a Sábado, às 21.30 h. e Domingos às 16 horas, até 29 de Novembro..

Diz o autor David Harrower sobre a peça:

"A história inicial parte do que passei a saber sobre os moleiros. Os moleiros na Escócia eram muitas vezes postos de parte pela comunidade porque, como se diz no texto, existia uma lei que concedia ao moleiro uma percentagem da farinha que lhe era mandado moer. Os camponeses suavam o trabalho para conseguir o milho e o moleiro assobiava enquanto a mó trabalhava. E ainda por cima tinha direito a uma percentagem do suor do camponês. Inventei então a história de uma rapariga que, de cada vez que vai ao moinho, mais se apaixona pelo moleiro. Esta era aliás uma história que nasceu na minha "peça zangada" em parte contada por uma personagem a outra. A história era boa e eu achei que não a devia desperdiçar.

Escrevi então Facas nas Galinhas antes de mais como uma peça radiofónica em que apenas esta história era contada. Quando parti para a peça, comecei a imaginar como seria viver num mundo onde só se tivesse certas palavras para certas coisas. Céu era céu e não era mais nada. Se o céu está escuro, então diz-se chuva. Não há advérbios, palavras que descrevam. Inventei uma língua, as personagens falam como se tivessem acabado de aprender a falar. Foi aqui que apareceu o outro elemento de Facas nas Galinhas. Passou a ser uma história tanto sobre o crime e o amor como uma história sobre a linguagem. A peça ganhou uma dimensão metafísica que antes não tinha e passei a ser eu a decidir o que acontecia naquele mundo. Fui encontrando as personagens à medida que elas iam falando. Elas são aquele momento, nascem da linguagem.”


Ficha Artística

Facas nas galinhas de David Harrower, tradução de Paulo Eduardo Carvalho

Interpretação:
Jovem Mulher - Carla Galvão
O moleiro Gilbert Horn - Jorge Silva
O lavrador Ponei William - Luis Barros

Encenação: José Peixoto

Cenografia e Figurinos: Ana Paula Rocha

Desenho de Luz: Carlos Gonçalves

Desenho de Som: Audio In ( Com coordenação de Maria Camões e João de Brito)

Assistência de encenação e Coordenação do Jornal dos Aloés : João de Brito e Maria Camões

Produção: Teatro dos Aloés

Produção executiva: Gislaine Tadwald

Fotografias: Margarida Dias

Design Gráfico : Rui Pereira

Carpintaria: Duarte Capucho

Costureira: Lurdes Antunes

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Meu Bichinho, Meu Amor

25 de Outubro, no festival de Teatro de Cáceres (Espanha)

Video Promocional

domingo, 11 de outubro de 2009

Estou de volta.

Depois de semanas de muito trabalho, consegui acabar esta semana de forma estrondosa, com a magia e talento do grande Seu Jorge, e com Portugal a dar-nos uma alegria, passado tanto tempo. Era um, em 50 mil, mas soube bem soltar uns gritos de euforia para aliviar o stress em que tenho andado...Esta música anda na minha cabeça desde a festa do Avante......

quinta-feira, 20 de agosto de 2009


FEDRA

Jornal de Notícias - Cultura

"Fedra" na estreia do Teatro da Sibila

Dar a conhecer novas dramaturgias e valores emergentes ao nível da encenação e da representação são os objectivos do recém-formado Teatro da Sibila, em Lisboa. A estreia de "Fedra", no próximo mês, marca o arranque da temporada.

"Fedra", escrita por Miguel Graça e encenada por Maria Camões, é definida como "uma adaptação para os tempos modernos do célebre mito grego" - o da mulher casada que se enamora de um jovem e que, ao ser rejeitada, o acusa falsamente ao marido.

Nas palavras do seu autor, esta é " uma peça sobre o desejo e a obsessão, sobre a crueldade que nos mantém vivos".

Miguel Graça acrescenta, a propósito, que, no seu texto, não procura "uma explicação para certos actos extremos, apenas os transporta para um presente. É a partir da pergunta 'onde estariam Fedra e Hipólito nos dias de hoje?' que o texto reconstrói o mito, destruindo-o", justifica.

Para a encenadora, Maria Camões, "este é um espectáculo que reflecte o nosso espírito enquanto nova companhia que busca novas dramaturgias e que quer experimentar outras formas de entender o que o teatro é. O nosso objecticvo é o de procurar a verdade na representação".

Neste sentido, acrescenta a também fundadora do Teatro da Sibila, "a encenação de 'Fedra' recairá em todos estes pontos, centrada numa ligação íntima e de busca de verdade dos actores, colocando-se próximo do mito e tornando-o como seu".

O espectáculo tem estreia prevista para 10 de Setembro, nas instalações do Teatro Ibérico, em Lisboa.

10 Set a 2 de Out. ’09 > Quinta a Domingo, 21h30 > Teatro Ibérico

Texto Miguel Graça
Encenação Maria Camões
Assistência de Encenação Guilherme Macedo
Concepção Plástica Maria Camões e Tiago Cadete
Desenho de Luz Alexandre Costa
Produção Luís Barros
Interpretação Joana Castro, João de Brito, Leonor Biscaia, Mafalda Luís de Castro e Tiago Cadete.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Segunda já é dia de labuta!

A fauna faz parte da minha vida desde pequeno, e continua a ser muito importante para o meu bem estar.
Tenda, sacos de cama, canonzinha, cds velhinhos e boa companhia, são os ingredientes necessários para ter umas boas férias. Depois de Faro, Sagres, Mil Fontes, Zambujeira, St. André e Porto Covo (Com direito ao 1ºdia do Festival de Músicas do Mundo, onde tive a possibilidade de ver pela primeira vez Oquestrada, mas o melhor concerto foi mesmo dos italianos Circo Abusivo que recomendo vivamente), agora é tempo de gozar os últimos dias contemplando a beleza da flora. Gerês allez!!!!!!!!!!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Obras do acaso

Passava-se o Verão de 2006, andava eu perdido por terras alentejanas, mais precisamente no meio do recinto do Sudoeste, numa tarde tórrida de principio de Agosto. Enquanto o calor se afastava e os organizadores preparavam o palco principal, o kussondolola animava no palco secundário. Embora estivesse uma grande animação, estava um grande aglomerado de pessoas que me faziam ficar muito afastado do palco. Até que decidi ir até à tenda ver o que se passava, e do nada, com o meu ar um pouco distraído, reparo que conheço aquela voz de algum sítio. E não é que era mesmo a Sarah Bettens a solo!!! Dirigi-me para perto do palco e encontro nada mais, nada menos do que o meu camarada Zé Goulão, contei-lhe esta peripécia e lá curtimos o concerto juntos. Foi qualquer coisa de estrondoso, dos melhores concertos que já vi, ou talvez dos que mais me tocou, ainda para mais porque no fim ela brindou-nos com músicas da sua ex banda K´s Choice. Às vezes o acaso traz-nos coisas muito agradáveis.
Estou quase de férias por isso quero esta música:

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Vocês abriram-me o apetite e lá fui dar com esta versão...
Faço minhas as palavras de um dos gajos que comentou o vídeo:
"La puta madre q version!"

terça-feira, 7 de julho de 2009

Viagem Lusco-fusco, 06 de Julho.

Ontem fui numa viagem relâmpago a Lisboa, para fazer uma perninha no Conta-me Como Foi, não estava nada à espera e ligaram-me. O meu personagem chamava-se nada mais, nada menos do que Licínio, entre cabelos esticados e óculos dos anos 70/80, deu para passar uma bela tarde, e trabalhar com uma equipa muito unida e disponível. Ironia do destino: na mesma cena do que eu, e também a fazer um pequeno personagem estava o meu amigo e actor da nossa saga Sagres, José Bernardino. Deu para brincar, meter a conversa em dia e relembrar alguns momentos vividos em decors.
Estou de volta a Guimarães.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

3 de Julho, Guimarães, cidade bonita!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Ontem a dança e a cultura em geral ficaram mais pobres, com a morte de Pina Bausch.
Aqui fica a minha homenagem:

Café Muller

O meu último anúncio para a Optimus Tag, está disponível apenas na internet:

http://www.optimustag.pt/

terça-feira, 30 de junho de 2009

pós Terra Interior

Ainda no rescaldo dos dias intensivos que tive, quero aproveitar para escrever o que me vai na alma. Depois de três anos exaustivos de muita criação e partilha, chegou quase ao fim um ciclo muito importante na minha vida pessoal e artística. Este último processo teve tanto de prazeiroso, como de cansativo. O grupo era forte e unido, e todos estavam a remar para o mesmo lado, o que muitas vezes não é fácil de acontecer. No início, foi um pouco difícil habituar-me à ideia, de trabalhar textos de Handke fragmentados, mas as coisas foram-se encaminhando a seu tempo, e finalmente entrenhou-se de tal maneira, que só apetecia fazer mais vezes para amadurecer. Como tudo nesta vida é fugaz como um relâmpago, nada como aproveitar os momentos de adrenalina que o palco nos oferece, perto de pessoas que se estima. Foi assim o processo do espectáculo Terra Interior! Tive o prazer de conhecer pessoas ao longo de três anos, de vê-las errar, chorar, rir, brincar, evoluir, e isso marca-nos para a vida. Há colegas que anseio por voltar a cruzar-me em cena, pois foram fulcrais na minha evolução e eu também sinto que dei muito de mim para que eles pudessem trilhar o seu caminho. "Os caminhos querem ser andados", ou "O caminho faz-se andando." Sei que é inevítavel que os acontecimentos tenham um fim, mas esta comunhão foi muito intensa, e poucas serão as vezes que o adeus será tão carregado. Não podia deixar de falar no meu irmão, camarada de tantas lutas, que tanto adoro, Emanuel Arada, um actor que transporta consigo um grande brilho, suportado por uma grande humildade e generosidade! Chega de lamentações! Há muito para fazer, a carreira ainda peca por curta...

terça-feira, 23 de junho de 2009

Anúncio para o festival Mostra-Me
Foi um prazer fazer parte deste grupo de actores e trabalhar com o realizador Marco Martins.

segunda-feira, 22 de junho de 2009



M/12
a partir de Peter Handke
ESPECTÁCULO DOS FINALISTAS DA LICENCIATURA EM TEATRO

27 a 29 de Junho, 21h30
Teatro Maria Matos

Entrada Livre. Reserva Obrigatória
Tel.: 21 843 88 01 - bilheteira.teatromariamatos@egeac.pt
Levantamento do bilhete até uma hora antes do início do espectáculo


O palco é um palco, uma praça, uma planície ensombrada por montanhas ao fundo, um local de passagem e interiores diversos. Espaços geográficos, sim, mas sobretudo diferentes espaços subjectivos, habitados por uma mesma obsessão e suas variações.

Chamemos-lhe uma viagem, a viagem do sujeito dentro de si próprio, perdido, ancorado nos seus medos. Uma história de heróis contemporâneos, sem Deus, perdidos no silêncio, em busca de algo que lhes permita ser “saudavelmente superficiais”.

Os actores desdobram-se em múltiplas personagens que anseiam por um mundo em que tudo tenha solução, que escutam e se esforçam por falar, por encontrar de novo as palavras, por construir frases em voz alta mesmo que essa fala seja sem sentido.
Cristina Carvalhal


Direcção e Dramaturgia: Cristina Carvalhal
PROFESSORES RESPONSÁVEIS
Design de Cena: António Lagarto
Dramaturgia: Armando Nascimento Rosa
Produção: Miguel Cruz
PROFESSORES DE APOIO
Voz: Sara Belo
Corpo: Luca Aprea


INTERPRETAÇÃO
Afonso Lagarto
Emanuel Arada
João de Brito
Luísa Kotsev
Maria Camões
Pedro Vieira
Rita de Brito
Tomé Quirino


CENOGRAFIA E FIGURINOS
André Silva
Diana Piquer

DRAMATURGIA
Mariana Guerra
Natasha Faria

ASSISTÊNCIA DE ENCENAÇÃO/DIRECÇÃO DE CENA
Nina Repas

PRODUÇÃO
Ana Feteira Monteiro

DESENHO DE LUZ E DIRECÇÃO TÉCNICA
João Belo


GABINETE DE PRODUÇÃO ESTC
Conceição Alves Costa
Pedro Azevedo
Rute Reis

MESTRA DE GUARDA-ROUPA
Olga Amorim

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Título

Há uns aninhos atrás, numa daquelas noites quentes que Faro nos proporciona, estava eu a conversar com o meu grande amigo Emanuel (Manuca), e entre assuntos basquetebolísticos, musicais, políticos, etc, veio à baila a nossa banda da juventude, os Pearl Jam. Depois de alguns minutos a fio a trocar opiniões, ele disse-me: "é pá, já ouviste a Untitled com atenção? foda-se ouve essa malha e dá especial atenção à letra do principio ao fim!! É das poucas músicas que nunca me canso de ouvir" Até hoje, nunca mais me esqueci, parece que o estou a ouvir.
Eu conhecia a música e gostava da melodia, mas perdi-me no meio do repertório dos Pearl,e nunca a tinha ouvido com especial atenção. Não perdi tempo e assim que tive oportunidade lá fui ouvi-la no Cd "Live on Two Legs", lembro-me de a ouvir vezes sem conta, e ainda hoje é das minhas músicas de eleição.
O meu blogue, não tem este título por desleixo, ou por falta de criatividade, mas sim devido a esta história!

Untitled

got a comb, got some gas,
oh lets get out of here, get out of here fast,
oh everyone's confused, so I stay in my room,
if I go...I don't want... to go...alone...I hope you get this message, or you're not home
I could be there in ten minutes or so,
oh I got my things, we'll make it up as we go along,
oh with you I could never be alone,
never....be....alone
Este texto já tem algum tempo, mas agora vejo-o com outros olhos...

Lembras-te daquelas tardes de Outono em que me vias olhar para a menina da mercearia. Como era bela, com aqueles olhos cor de mel, toda ela era ternura, e a delicadeza com que tocava na pêssegos e nas maças….sabes, eu tremia quando a via, parecia que estava alguém a arranhar esferovite. Era uma sensação única! Passava horas naquilo, nada me abalava, nem o fim da guerra do Golfo me fazia desarmar. Obsessão era o meu nome do meio. Porque que é que venderam a mercearia, hum? Capitalistas merdosos! No dia em que ela partiu, chorei como um recém-nascido, e não conseguia imaginar que nunca mais poderia vislumbrar aquela face desenhada a lápis de cor. Édipo seria um felizardo perto de mim. Mas sei porquê, algo me dizia que voltaria a encontrá-la, nem que fosse no sítio mais recôndito do mundo. A minha vida tinha inevitavelmente de seguir um rumo. Comprei um mapa com todas as mercearias da região, e com a minha pasteleira ye-ye meti-me à estrada. Só a minha retina a podia identificar, pois nem o nome dela sabia...

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O que anda no meu hi-pod:

Jean Michel Jarre!

Consta que foi o primeiro artista estrangeiro a dar um concerto na China, depois da morte de Mao Tsé-tung, aqui ficam algumas imagens:

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Educação perfeita??

Num pacífico Domingo à tarde, onde não se vê viv`alma na Rua. Ao entrar no autocarro da Eva que me levaria a Lisboa, deparo-me com a já habitual troca de lugares, onde ninguém acerta com o seu muitas vezes propositadamente. Ao chegar aos lugares traseiros, reparo que o meu lugar está ocupado por um miúdo vestido a rigor, com a farda do colégio militar. Perguntei-lhe: "Esse é o teu lugar?" e o miúdo de pronto: "é sim", com a maior das latas. Não liguei e decidi sentar-me num outro sítio, que possivelmente iria ter de desocupar, quando a pessoa referente chegásse. E chegou mesmo!!! Disse-me delicadamente, "este é o meu lugar", levantei-me e dirigi-me ao miúdo e disse: "desculpa, mas vais mesmo ter de sair para o teu lugar!". E lá foi ele....
Isto para dizer, que não percebo os princípios que são incutidos aos miúdos nesses colégios, mas se são estes, desculpem-me, mas: Viva as Escolas Públicas!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Diário de Odivelas

“Loucos por Amor”, de Sam Shepard
e-mail
Peças de Teatro
Escrito por Teresa Salvado
11-Mai-2009

Como se respira teatro!!!

O teatro corre-lhes no sangue. Sente-se isso quando quatro estudantes finalistas da Escola Superior de Teatro e Cinema agarram na peça do actor e dramaturgo norte-americano Sam Shepard, “Loucos por Amor”, e pela mão do encenador Paulo Lage pisam o palco… com as certezas e a garra de quem está a começar.
João de Brito, Cheila Lima, Carlos Malvarez, o único que já terminou a licenciatura, e Tiago Nogueira agarraram neste texto polémico e o fazem respirar.

Esta peça conta ahistória de um amor incestuoso entre Eddie (João de Brito) e May(Cheila Lima), onde a sombra do pai (Tiago Nogueira) é uma constante, bem como o amor ingénuo de Martin (Carlos Malvarez) por May.
“A escolha do texto “Loucos por Amor” tem a ver directamente com o meu interesse enquanto encenador em trabalhar os conflitos do ser humano e a dificuldade e agressividade que existem nas suas relações, numa época onde tudo é tão rápido que não nos damos conta o quão rápida é uma relação”, explica Paulo Lage.
Os quatro actores tiveram nesta encenação, realizada no âmbito do trabalho de 2º ano de Mestrado em Encenado que Paulo Lage está a tirar na Escola Superior de Teatro e Cinema, uma prova de fogo: a peça desenrola-se toda dentro de um pequeno espaço, ladeado por uma rede e com o público sentando no palco a escassos centímetros da cena.
Do lado de fora da rede dá para sentir as respirações, os compassos de espera, as coreografias, as marcações de tempos e espaços, as hesitações e acima de tudo a paixão por representar.
Dá para ver ao pormenor as roupas, as maquilhagens, os pormenores perfeitos e imperfeitos dos corpos daqueles que dão vida às quatro personagens criadas por Shepard para serem seres comuns, com os quais nos podemos cruzar nas ruas do oeste norte-americano.
Aliás, “Loucos pró Amor” (1983) é para muitos a peça que define Sam Shepard como pessoa e exemplifica na perfeição o seu gosto pelo Oeste americano.
Shepard foi vencedor do Prémio Pulitzer e, com mais de 40 peças escritas, é autor de Cruising Paradise e de dois volumes em prosa, Motel Chronicle e Hawk Moon. Como actor recebeu uma nomeação para os Óscares, em 1984, pela sua interpretação em The Right Stuff. O seu guião para Paris Texas obteve a Palma de Ouro do Festival de Cinema de Cannes de 1984, e escreveu e realizou o filme Far North, em 1988. As suas peças teatrais, onze das quais ganharam o Prémio Obie, incluem Fool for Love (“Loucos por Amor”) e A Lie of the Mind, que obteve um galardão do New York Drama Desk.
A peça, que esteve em cena no Auditório Carlos Paredes, em Lisboa, está agora preparada para pisar outros palcos do país.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Hoje a Radar tirou esta da cartola pela noite........há quanto tempo!!!

Silverchair - Tomorrow

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Happy Day :)

domingo, 26 de abril de 2009

Esta miúda é um Génio....fenomenal
Se puderem vejam os 4 vídeos.
Mallu Magalhães



sábado, 25 de abril de 2009

25 de Abril Sempre!!!



A música Grândola Vila Morena do Zeca é muito mais falada do que esta , mas esta grande letra do José Niza, e interpretada brilhantemente pelo Paulo de Carvalho foi a 1ºsenha, na madrugada de 25 de ABril de 1974...

sexta-feira, 24 de abril de 2009


Triste notícia nocturna

Passava pouco da meia-noite quando me dirigi ao Maria Matos, encontro uma amiga que já deixou as lides teatrais, que depois de dois dedos de conversa diz-me: então não sabes do Zagalo??? teve um AVC e nem consegue falar! O meu corpo estremeceu, fiquei gelado, sem conseguir proferir uma única palavra. Posso dizer que este SR. ensinou-me muito, e que muito do que tenho conseguido até hoje se deveu aos seus ensinamentos. Sempre acreditou no meu valor e por isso o estimo bastante. Espero que recupere rápido, porque o Teatro precisa dele!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Nada como ser do Algarve e colaborar com pessoal da nossa terra. Foram longas horas de filmagem, das 18h às 10:30h da manhã do dia seguinte. A boa disposição foi constante, e tenho a certeza que ganhei camaradas, amigos para a vida!
Aqui fica o vídeo da música Minha Grande Culpa dos LUDO, uma banda em ascensão no panorama nacional, que vai vingar de certeza!



A frase chave para o sucesso do vídeo clip foi : TENS O CABE TODE EMPACHADE DA HELSSS!

segunda-feira, 20 de abril de 2009


Inexplicável! Numa fase em que só se ouve falar de crise, e mais crise, e mais fábricas a fechar, e mais desemprego. Apetece dizer barda merda por duas horas. Faz agora 3 anos que vi o último concerto de Xutos, e não há dúvida que continuam a brilhar. Hoje no Casino Estoril, era lindo olhar em redor e ver a alegria das pessoas, que ultimamente andam sempre de olhos na calçada. Esta banda emana carisma, alegria, experiência de vida e acima de tudo a modestia que os caracteriza há 30 anos. Foi a apresentação do novo albúm que saiu há pouco tempo e já é disco de ouro. É obra! As presenças dos convidados Pacman e Manuel Paulo abrilhataram ainda mais a noite, que estava longe de estar no fim, houve ainda tempo para enganos de Tim, e Kalú que ao não perceber o ínicio da música "Sensações" parou e disse: "Nós temos nomes de guerra para as músicas, lembro-me lá das sensações", o que gerou a risada de toda a sala. Os maiores presentes vieram no fim quando Kalú pegou no microfone e cantou, ainda com gesso no pé, e insistia em fazer o simbolo dos Xutos com as muletas. Já com Tim de novo como timoneiro, os arrepio vieram sem avisar quando a chuva dissolvente se tornou à minha maneira na minha casinha.

P.S. - Obrigado Pitti pelo convite!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

A minha primeira crítica:

3 Estrelas

Não é fácil o amor. Nada fácil mesmo, menos ainda para um casal de meios-irmãos, na antecâmara do delirio à beira do abismo moral, atazanados por um pai omnipresente e um incómodo pendura que não se sabe bem ao que anda, mas ainda assim perturba. Loucos por Amor, de Sam Shepard(n.1943), é, em Portugal, com cinco encenações anteriores a esta versão, sem dúvida a mais representada obra do dramaturgo, escritor, poeta, argumentista, actor, músico e ocasionalmente encenador e realizador americano. Como todas as suas peças, Shepard usa o paradoxo de colocar as suas personagens, quase sempre vaqueiros formados na vastidão solitária das planicies e galdérias sem freio doméstico e libido exaltada, confinadas a ambientes claustrofóbicos, como oprimidos que lutam por um poder mesquinho de dominação do outro em nome da paixão descabelada. Assim é em Loucos por Amor, onde, sobre uma cena montada como um ringue ou uma mais apocalíptica arena estilo Mad Max, se desenrola o drama da triste e violenta e apaixonada história dos amores de Eddie e May, que João de Brito e Cheila Lima interpretam com desembaraço, na companhia de Carlos Malvarez e Tiago Nogueira, dirigidos por Paulo Alexandre Lage, que compreendeu a importância do texto e não o afoga em artifícios escusados.

Rui Monteiro (Time Out)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Este anúncio é estupendo!!! Arrepia

Fui encontrar esta relíquia, nada mais, nada menos do que a minha primeira cena em tv, em 2006.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Espero dizer este texto no Teatro Maria Matos, em Junho.

Os meus pais morreram há muito tempo. Cada um deles deixou em mim uma imagem muito especial, guardada na minha memória. Lembro-me de encontrar a minha mãe a caminho de casa, carregada de sacos de compras, num trilho íngreme. Estava sozinha até onde se estendia a vista e arrastava-se com dificuldade montanha acima, não apenas por causa das compras. Como é que ela era? Uma abandonada, expulsa da comunidade dos seres humanos, ferida de solidão. Ela tinha diante dos olhos arregalados, que nunca piscaram apesar do Sol, a visão da morte. Ao cruzar-se comigo, reconhece-me, mas mesmo assim não modifica a sua expressão. O meu pai estava sentado ao ar livre na floresta, no mesmo sítio onde costumávamos ir colher amoras. Ele não era velho, e até tinha facilidade em andar, mas de repente não conseguir continuar, tal era o seu abatimento. Vai tranquilo, meu filho, que eu, por enquanto ainda estou, à tua espera. São estas as duas imagens que fazem com que os meus pais continuem vivos em mim.

Peter Handke

Rebelde Way



Com a minha amiga Maria é tudo bem mais fácil!

Quem gosta de Pearl tem que comprar. 11 páginas de curiosidades!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Mensagem do Dia Mundial do Teatro por Augusto Boal

Todas as sociedades humanas são espetaculares no seu cotidiano, e produzem espetáculos em momentos especiais. São espetaculares como forma de organização social, e produzem espetáculos como este que vocês vieram ver.
Mesmo quando inconscientes, as relações humanas são estruturadas em forma teatral: o uso do espaço, a linguagem do corpo, a escolha das palavras e a modulação das vozes, o confronto de idéias e paixões, tudo que fazemos no palco fazemos sempre em nossas vidas: nós somos teatro!
Não só casamentos e funerais são espetáculos, mas também os rituais cotidianos que, por sua familiaridade, não nos chegam à consciência. Não só pompas, mas também o café da manhã e os bons-dias, tímidos namoros e grandes conflitos passionais, uma sessão do Senado ou uma reunião diplomática – tudo é teatro.
Uma das principais funções da nossa arte é tornar conscientes esses espetáculos da vida diária onde os atores são os próprios espectadores, o palco é a platéia e a platéia, palco. Somos todos artistas: fazendo teatro, aprendemos a ver aquilo que nos salta aos olhos, mas que somos incapazes de ver tão habituados estamos apenas a olhar. O que nos é familiar torna-se invisível: fazer teatro, ao contrário, ilumina o palco da nossa vida cotidiana.
Em Setembro do ano passado fomos surpreendidos por uma revelação teatral: nós, que pensávamos viver em um mundo seguro apesar das guerras, genocídios, hecatombes e torturas que aconteciam, sim, mas longe de nós em países distantes e selvagens, nós vivíamos seguros com nosso dinheiro guardado em um banco respeitável ou nas mãos de um honesto corretor da Bolsa - nós fomos informados de que esse dinheiro não existia, era virtual, feia ficção de alguns economistas que não eram ficção, nem eram seguros, nem respeitáveis. Tudo não passava de mau teatro com triste enredo, onde poucos ganhavam muito e muitos perdiam tudo. Políticos dos países ricos fecharam-se em reuniões secretas e de lá saíram com soluções mágicas. Nós, vítimas de suas decisões, continuamos espectadores sentados na última fila das galerias.
Vinte anos atrás, eu dirigi Fedra de Racine, no Rio de Janeiro. O cenário era pobre; no chão, peles de vaca; em volta, bambus. Antes de começar o espetáculo, eu dizia aos meus atores: - “Agora acabou a ficção que fazemos no dia-a-dia. Quando cruzarem esses bambus, lá no palco, nenhum de vocês tem o direito de mentir. Teatro é a Verdade Escondida”.
Vendo o mundo além das aparências, vemos opressores e oprimidos em todas as sociedades, etnias, gêneros, classes e castas, vemos o mundo injusto e cruel. Temos a obrigação de inventar outro mundo porque sabemos que outro mundo é possível. Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos entrando em cena, no palco e na vida.
Assistam ao espetáculo que vai começar; depois, em suas casas com seus amigos, façam suas peças vocês mesmos e vejam o que jamais puderam ver: aquilo que salta aos olhos. Teatro não pode ser apenas um evento - é forma de vida!
Atores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma!

quarta-feira, 25 de março de 2009


Amanhã volta a saga Loucos por Amor que apenas fizemos duas vezes no ano passado, e vamos repor agora. Amanhã, hoje 26 estará em cena no teatro municipal de Albufeira pelas 22h, e a partir de dia 2 a 25 de Abril, no auditório Carlos Paredes, em Benfica, de 5ª a sabádo.
Apareçam!!!

Sinopse :
Eddie. O homem que ama. May. A mulher que quer ser amada. Martin, o que ama sem significado. O velho, a sombra que tudo sabe sobre o amor. Um sentimento condenado ao fracasso. Um desejo que não pode ser cumprido. O incesto que revela que o amor é mais frio que a morte quando estamos loucos por amor.
Trailer Che



Estou ansioso pela 2ªparte...

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Você não costumava entrar em filmes?

Entra-se na sala do Blakes Hotel, em Kensigton - onde Rourke faz questão de ficar sempre que viaja para Londres - sem saber o que se vai encontrar. Estamos no início de Janeiro, vésperas da estreia britânica de "O Wrestler", a que a imprensa local tem dado destaque generoso. As descrições dos encontros com o actor variam entre a irreverência politicamente incorrecta, com saudades do jovem Rourke (Rourke à revista "Empire": "For me, this whole crazy thing has never been about the fame or the drugs or the money - it's always been about the pussy") e o "mea culpa" com a fragilidade à flor da pele. Os jornalistas europeus que vieram para o "press junket" não precisam de se esforçar muito para pô-lo a falar, basta retomar onde a imprensa britânica o tinha deixado.
"Numa entrevista, disse que se identificava com o sentimento de vergonha em que a sua personagem vive. Em que sentido?" Rourke tem contado como, apesar de ter treinado intensamente para fazer as cenas de "wrestling" e apesar de ter ficado feito num oito, as cenas mais difíceis foram as que se passam no supermercado. O lutador aceita trabalhar na charcutaria de um supermercado para ganhar algum dinheiro - até ao dia em que um cliente o reconhece.
"Eu não queria fazer a cena", conta. "Acho que me recordava o estado em que vivi durante mais de uma década. Quando se vive em Los Angeles ou em Nova Iorque somos lembrados todos os dias que já não somos importantes, que ninguém nos quer. Uma vez, em Los Angeles, devia ser uma da manhã, fui a uma loja de conveniência comprar um maço de cigarros - há sempre sete ou pessoas na fila e um idiota gritou bem alto: 'Ei! Você não costumava entrar em filmes?' E eu só pensei: "Fuck, deixem-me sair daqui!' Ele começou a dizer os filmes errados e chamou-me pelo nome de outra pessoa... Estão constantemente a lembrar-nos que somos um fracasso, que batemos no fundo."

Rourke impôs-nos anos 80 como um anti-herói existencial cheio de charme insolente, uma alternativa aos "all-American boys" que eram a maior parte dos actores da sua geração (Tom Cruise e companhia). Em Maio de 1985, a revista "Face" deu-lhe a capa e o trono, proclamando: "Um Brando para os anos 80". Ele era um desses actores capaz de definir um filme, um actor-autor (Johnny Depp deve-lhe qualquer coisa) mesmo quando a filmografia não estava à altura. É uma das coisas que surpreendem hoje: perceber que fez tão poucos filmes dignos de nota ou falhados, mas elevou-se acima deles. Em meados da década de 80, era um dos actores mais desejados de Hollywood, e a partir daí a sua carreira entrou numa curva descendente. Começou a ficar notório tanto pelas escolhas embaraçosas ("Orquídea Selvagem", "Harley Davidson and the Marlboro Man") como pelos "blockbusters" que recusava ("Os Intocáveis", "Platoon", "O Silêncio dos Inocentes", "Rainman - Encontro de Irmãos").

Os papéis não lhe interessavam ou não eram suficientemente bons para ele - ganhou a reputação de difícil, arrogante, "um pesadelo", segundo Alan Parker, que o dirigiu em "Angel Heart". Em 1991, virou as costas a Hollywood (depois de dizer que representar era "um trabalho de mulher") e foi atrás da sua paixão de adolescente: o boxe. Tinha 34 anos. Depois disso, só ouvimos falar dele pelas piores razões (detenções, acusações de violência doméstica). Tarantino mandou-lhe o argumento de "Pulp Fiction", oferecendo-lhe o papel de um ex-lutador de boxe (que acabou por ir para Bruce Willis), mas Rourke nem se preocupou em responder.

Entretanto, continuou a acumular más escolhas na filmografia. "Sin City" (2005), a adaptação da BD de Frank Miller, foi o mais perto que esteve de um "comeback". Mas não chegou a acontecer.
"Tive uma carreira durante algum tempo, uns cinco anos ou mais, e autodestruí-me por causa de regras que estabeleci para mim mesmo, e que tinham a ver com as minhas origens", diz. A voz anasalada, suave, à Brando, deu lugar a um timbre cavernoso - masculinizou-se (e não é certo que o regresso ao boxe não tenha sido uma tentativa de perseguir uma masculinidade idealizada). "Estava-me nas tintas para as consequências, e para a política da indústria de cinema, não tinha qualquer respeito por alguém que fosse uma figura de autoridade ou tivesse alguma coisa a ver com o financiamento ou a venda do filme. Tinha uma visão limitada, saída do Actors Studio, de que o que fazia só tinha a ver com representação. Era muito ingénuo em relação ao que pensava que devia ser a profissão. Trazia comigo as regras com que cresci, que eram as regras erradas. Tinha tudo a ver com ser duro, com respeito e orgulho, e isso não resultou bem em Hollywood. Pensei que podia vencer o sistema e o sistema deu-me cabo do coiro. Toda a dureza aprendida na rua e nos desportos que pratiquei não se aplicava à profissão de actor. Essa atitude temerária não foi benéfica, e também desenvolvi uma enorme armadura, física e mental, uma dureza e uma alienação que na verdade escondiam cacos que tinham a ver com abandono e vergonha."

Darren Aronofsky, o realizador de "O Wrestler", passou um ano a tentar arranjar financiamento para o filme, mas os potenciais produtores recuavam assim que sabiam que Rourke estava associado. Assim que aceitou entrar no filme Rourke e o realizador reviram o argumento "palavra a palavra" (segundo Aronofsky), de forma a torná-lo mais pessoal para o actor. Aronofsky contou que Rourke personalizou todas as linhas de diálogo que diz no filme.
"Quando Darren me pediu para fazer o filme, disse: 'Quero que faças isto, e não podes fazer aquilo...'. Não parava de apontar o dedo à frente da minha cara. Há 15 anos eu ter-lhe-ia partido o dedo. Há pouco tempo perguntaram-me se eu podia ter feito o mesmo papel há 15 anos e respondi de imediato: 'sim'. Mas fiquei a pensar nisso: não."

Em pessoa, Rourke parece o cruzamento entre um cowboy (as botas) e um mosqueteiro (pêra e bigode). Tem a camisa aberta até pouco acima do umbigo e bebe Evian directamente pela garrafa, como se fosse cerveja. A boca deixa entrever um dente de ouro superior. O dedo médio da mão direita tem tatuado "Joe", tributo ao irmão mais novo que morreu de cancro há quatro anos e de quem Rourke diz ter cuidado na fase terminal. As mãos parecem inchadas. Os olhos são o único sinal visível da sua anterior existência. E tudo isto é uma versão francamente melhorada do que se vê em "O Wrestler".

Em Dezembro, a revista "Vanity Fair" pedia: "Dêem um Óscar a Mickey Rourke", relembrando a célebre transformação física de Robert De Niro para "Touro Enraivecido" e notando que Rourke elevara a fasquia, "desperdiçando o corpo e a vida ao longo de duas décadas de forma a interpretar com convicção um 'wrestler' decadente". Mais ou menos ao mesmo tempo, o crítico Richard Corliss assinalava na revista "Time" que o filme "oferece a fascinante visão de um actor que é o seu próprio monstro, o seu próprio Incrível Hulk".

Já ninguém estranha que este homem colossal tenha junto a si um chihuahua. Rourke o actor agradeceu aos seus cães quando recebeu o Globo de Ouro e tem sido fotografado com Loki nos braços, a sua armadura envolvendo o cão minúsculo, mas com uma vulnerabilidade tão notória que não se pode deixar de perguntar quem é o protector de quem.

Um jornalista fala em Óscares. Estará Mickey Rourke pronto para um KO? "Quão importante seria?", quer saber o jornalista.
"Nesta altura do campeonato, tudo é importante. Só o facto de estar numa sala com pessoas que querem falar comigo novamente é importante. Antes, era só eu e a Loki. A Loki acompanhou-me sempre. Houve um momento na minha vida em que era só isso que eu tinha. É por isso que ela é tão importante."

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009


Este tem sido o meu irmão, namorada, tudo o que pode estar mais próximo de alguém. Pequeno passo até ao Saldanha, grande passo para uma maior cultura cinéfila.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Hoje foi dia de ver este filme!!!


terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Procura a maravilha.

Onde um beijo sabe
a barcos e bruma.

No brilho redondo
e jovem dos joelhos.

Na noite inclinada
de melancolia.

Procura.

Procura a maravilha.

Eugénio de Andrade

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

A chuva cai sem pedir licença, a lama gulbenkiana entranha-se nos ténis, há um pré-aviso dos patos para que não haja mais um a cair....smileeee! Começo a sentir o Veneno a alastrar-se sem cura à vista, como uma espécie de atum já com o óleo escoado no lava-loiça.

Apetece-me esta música:

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009


Morreu João Aguardela
O líder dos Sitiados faleceu ontem, vítima de cancro, no Hospital da Luz

O músico, que ficou conhecido por ser o vocalista dos Sitiados, banda portuguesa que surgiu em 1987, morreu ontem, pelas 18h00, no Hospital da Luz, vítima de cancro.
Para além de dar voz, João Aguardela era também compositor e letrista do grupo que procurou criar uma fusão entre o rock e a música tradicional portuguesa. Em 2000, os Sitiados deixaram de dar espectáculos e o vocalista acabou por se envolver em projectos com Linha da Frente, A Naifa ou ainda, Megafone.

sábado, 17 de janeiro de 2009







12 a 14 de Janeiro

...e finalmente chegou a residência artística em Palmela na companhia O Bando. O trabalho começava cedinho e acabava tardote. Foi muito gratificante e produtivo, valeu mesmo!!! Deu para passar por muitos estados de espírito, sempre rodeados de um verde imenso. Dentro do muito trabalho era inevitável os momentos de lazer, e esses foram predominantemente divertidos e improvisados. As fotos são exemplo disso.




Hoje foi dia de colmatar esta falha!

domingo, 11 de janeiro de 2009

Tarde de Acamarrados no Teatro de Almada, não fazia adivinhar o sentimento que me vai no corpo depois de ver este fascinante filme. Obrigado Zé pela sugestão, valeu meu irmão! Não sei se me apetece rir ou chorar, a minha face está numa ambiguidade desconcertante. Tenho visto muita coisa, mas desde o Nunca é Tarde Demais que não saia assim do cinema. Um vibe esquisito, que parece querer arrancar-me os pés do chão e fazer-me flutuar. Uma lição de vida, onde um acontecimento consegue fazer mudar tudo, pergunto-me: mas para quê ter de acontecer algo? O que é certo é que por vezes não olhamos para coisas que nos rodeiam e que estão tão próximas, e elas estão tão ali, ali, ali, aqui! Quando tudo parece fazer sentido, fica ainda por colmatar um senão, e é aí que tudo muda, mas muda com o sentimento de dever cumprido, ou peso tirado das costas. Até onde pode ir a bondade de um ser, quando este "corre" por gosto, ou por amor?
Já no caminho para casa quis esta música:

Sometimes
Large fingers pushing paint
You're God and you got big hands
The colours blend
The challenges you give man

Seek my part
Devote myself
My small self
Like a book amongst the many on a shelf

Sometimes I know
Sometimes I rise
Sometimes I fall
Sometimes I don't
Sometimes I cringe
Sometimes I live
Sometimes I walk
Sometimes I kneel
Sometimes I speak of nothing at all
Sometimes I reach to myself
...dear God

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Yann Tiersen contemplando o cemitério de Benfica

Quatro horas de sono, a dissonância era o mote: fala rápido e mexe-te devagar, com um acontecimento concreto, agora fala devagar e mexe-te rápido. Quem fala tem o foco do espectador. Nó no cérebro logo pela manhã!!! Quem é capaz de ir lá fora e dizer uma parvoice, pausa........Afonso segue direito
à porta, mas num clique mais brusco surge um estilhaçar de um vidro. O riso foi predominante. Já a caminho do Teatro Bocage, surge a necessidade da mudança de cd, este já enjoa a caixa de velocidades. a opção é Yann Tiersen, naquela toada Amélie Poulain que remete para um espirito irreal, onde qualquer acção vive de um sonho que teima em não desabrochar. Ao lado do cemitério surge o arrepio na espinha, que remete para os tempos da Moderna. Ai como eram bons esses tempos, ui como eram maus esses tempos! entre nevões e desfoques há sempre um descafeinado que faz dizer que o dia ainda estás longe de terminar. Quero rever amigos, daqueles que estão longe de estar perto, mas que estão perto do que a palavra amigo significa. Fluidez, é fácil a fluidez, quando a empatia predomina. Vou, sem dizer até já, mas sei que um até logo será certo. Há sempre tempo para o sopinha de massa que se queixa da policia e que me diz para não levar cinto, Beba, beba à vontade que eu sou o dono do taxi e a mim niguém me suborna. Com um bigode farfalhudo, já com traços grisalhos, floresce um desejo de bom trabalho com oito euros e trinta e cinco no bucho.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Teatro de S.Luiz - Jardim de Inverno
CICLO NOVOS x9*
NOVOS ACTORES
23 e 24 JAN
SEXTA E SÁBADO ÀS 22H00
ENTRADA LIVRE M/6

TRÊS IRMÃS
DE ANTON TCHÉKHOV
Interpretação: Carla Costa Gomes, João Abel, Margarida Bento, Rita Pimentel

POLTRONA: MONÓLOGO PARA UMA MULHER
DE CLÁUDIA LUCAS CHÉU
Interpretação: Maria Ladeira, Solange Freitas
Concepção: Cláudia Lucas Chéu

O SERVIÇO
DE HAROLD PINTER
Interpretação: José Lobo, Óscar Silva

CHAMBRES/QUARTOS
DE PHILIPPE MINYANA
Interpretação: Maria Dias

BRILHARETES
DE ANTÓNIO TARANTINO
Interpretação: Elmano Sancho, João de Brito

ANJOS NA AMÉRICA
DE TONY CUSHNER
Interpretação: Joana Almeida, Ricardo Lérias, Sheila Totta
Concepção: Joana Duarte Silva