quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Foi com enorme satisfação que recebi a noticia de que esta senhora ia estar em Portugal no sudoeste....Esta é das cenas mais divinais que o cinema já nos proporcionou, num ambiente que nos transporta para outras realidades, a paisagem que pertencente a um ideal longínquo, uma sonoridade que vive de palavras proferidas num tom encantador, onde cada vulto se transforma em rasgos de felicidade inquietantes que nos tocam profundamente. Haja Mulher!

A
Que paz. A Dora costumava dizer nos dias em que eu não tinha ganho o suficiente, tu e a tua harpa! Mais valia andares de gatas com as medalhas do teu pai pregadas no cu e um mealheiro pendurado no pescoço. Tu e tua harpa! Quem é que pensas que és? E obrigava-me a dormir no chão. Quem é que eu pensava que era...Ah isso...nunca fui capaz de....nunca fui capaz...Se escutasse o tempo suficiente, ouvia uma corda a ceder.

B
A tua harpa?. Que história é essa da harpa?

A
Dantes tinha uma harpazinha. Cale-se e deixe-me escutar.

B
Vai ficar muito tempo assim?

A
Fico horas à escuta de todos os barulhos.


Grande escritor do século XX

SAMUEL BECKETT

domingo, 24 de fevereiro de 2008



Príncipe Real ou Jamaica
Junho ou Dezembro
Chá ou Cappucino
Lingerie ou tons de ouro?

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Quando ainda estava numa fase muito inicial do meu processo como actor, decidi fazer um workshop com o Miguel Borges, tudo muito à base de improvisação, aliás era só improvisação. Numa manhã, na rua dos fanqueiros, mais especificamente no CEM, ele propõe um exercício, onde tínhamos de demonstrar o nosso EU em 5 minutos, e eu fiz fiz e quando acabei disse: "já está", e a sua argumentação foi curta e muito incisiva: "Só gostei da parte do já está, porque foi a única parte onde não fizeste teatro!" E este meio é mesmo assim, ouvimos coisas que só assimilamos mais à frente. Depois desta breve curiosidade, posso dizer que o Miguel, embora admita que é sempre ele e não faz teatro, as suas personagens são sempre muito credíveis e demonstra sempre um talento de deixar qualquer um de boca aberta, ele está com um monólogo intitulado "A Velha", na Casa dos Dias d'Água (Bairro Alto). Não percam um dos melhores perfomers (como ele gosta) portugueses.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008


Porquê que as noticias falam uma semana do mesmo assunto, quando a vida é tão simples de resolver!


ADONIRAN BARBOSA

Lá no morro quando a luz da light pífa
A gente apela pra vela, que alumeia também (quando
tem)
Se não tem não faz mal
A gente samba no escuro
Que é muito mais legal (e é natural)

Quando isso acontece
Há um grito de alegria
A torcida é grande pra luz voltar
Só no outro dia
Mas o dono da casa
Estranhando a demora e achando impossível
Desconfia logo que alguém passou a mão no fuzíl

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Num passeio qualquer, onde batem as ondas cintilantes, caminho desmesuradamente sem rumo, em busca de sei lá o quê, ena olha uma carochinha! vem numa velocidade nervosa como quem anseia algo, será que vai para o mesmo sitio que eu?A luminosidade incandescente foge para trás das nuvens rebeldes que se aconchegam. Está a anoitecer! Ao tentar focar o olhar, perco uma lágrima na imensidão da calçada, perdi o foco, e agora? Vivo agora com os quatro sentidos, aliados a uma orientação desorientada. Sinto-lhes o bater, sei de onde vem aquele som característico, ai a brisa que me treslouca a face enrugada. Tractor, há um tractor que me guia com os vários centimetros de rasto, ups acho que destruí uma tarde de esforço de um miúdo qualquer, mesmo assim o pesar na consciência não me faz desistir, já num fervoroso cambalear avisto um pescador que em conversa animada afirma ao colega: amanhã é outro dia camarada!

Life On Mars?

Seu Jorge

Composição: David Bowie (versão Seu Jorge)

Quando as coisas do coração
Não conseguem compreender
O que mente não faz questão
E nem tem forças pra obedecer
Quantos sonhos já destruí
E deixei escapar das mãos
Se o futuro assim permitir
Não pretendo viver em vão

Meu amor não estamos sós
Tem um mundo a esperar por nós
No infinito do céu azul
Pode ter vida em Marte

Então, vem cá me dá a sua língua
Então vem, eu quero abraçar você
Seu poder vem do sol
Minha medida
Então vem, vamos viver a vida
Então vem, senão eu vou perder quem sou
Vou querer me mudar para uma life on mars

Quando as coisas do coração
Não conseguem compreender
O que a mente não faz questão
Nem tem forças pra obedecer
Quantos sonhos já destruí
E deixei escapar das mãos
Se o futuro assim permitir
Não pretendo viver em vão

Meu amor, não estamos sós
Tem um mundo a esperar por nós
No infinito do céu azul
Pode ter vida em Marte

Então, vem cá me dá a sua língua
Então vem, senão eu vou perder quem sou
Seu poder vem do sol
Minha medida
Então vem, vamos viver a vida
Meu bem, senão eu vou perder quem sou
Vou querer me mudar para uma life on mars


Por mais que mude de músicas no mp3 esta fica sempre, fantástica!

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Viagem lusco-fusco para um concerto em cheio!



MelomenoRitmica.

sábado, 16 de fevereiro de 2008


O lado selvagem que temos dentro de nós nem sempre é relevante, ao ponto de nos conseguir fazer agir. Caminhadas serenas ao final da tarde, transportam-nos para realidades distantes, que só são invariavelmente utópicas porque nós fazemos a nossa própria utopia. "Vivo, mato, exerço o poder delirante do destruidor, ao pé do qual o do criador parece uma macaquice." Camús. Penso exaustivamente naquelas músicas, no cair da solidão nocturna, no frio, no viver com uma vontade de afirmação, seja ela qual for. Com Alexander Supertramp nasceu qualquer coisa em mim, que me faz pensar, segundo a segundo, o que será? Com um argumento que nos deixa abananados, uma banda sonora arrepiante, uma fotografia aliciante, um Emile Hirsch à altura e dirigido por quem é, só podia ser um dos melhores filmes dos últimos tempos, sem dúvida!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Noite de 14 de Fervereiro, jantar às 3h da manhã

Tu és como o teu pai, foste para Angola para conhecê-lo, não terás filhos porque não estás pronto para ser tratado do mesmo modo que foste. Tens o feitio dele mas tens um coração mole, um tanto ou quanto amanteigado...tens um pouco de cada ascendente. O teu irmão partiu para lá com 17 anos, anteriormente a isso o teu pai era uma pessoa do outro mundo, ele foi a causa dos disturbios. És paciente, habituas-te à vida que tens, e jogas com isso, mesmo que essa sensação de poder seja volatil. Idas ao cinema, jantar fora sem compromisso, levar um estilo de vida dedicado à profissão, sou igual ao outro, o outro chama-se meu pai, somos uns autenticos workaholic. Eu não a amo, não sou apaixonado, não sei o que me prende a ela, mas digo-lhe directamente que não me sinto bem na sua companhia. Tenho a misantropia dentro de mim, mas tento controlá-la, dou-te razão mas fico sempre com o que penso na altura. Eu ouço o que tu dizes, mas cada um fica com a sua, eu não mudo de ideias facilmente, as minha ideias são fixas e imutaveis. Ninguém é o dono da verdade, mas essa verdade pode ter varias respostas verosimeis, ceder? Estou no limbo, no limiar da certeza, não impinjo a minha palavra a ninguém. Sou ateu! conheces sartre? Sou sartreriano ao máximo, sou livre de fazer o que me passa pela cabeça, acarreto com as consequencias e é fodido! Dou o braço a torcer porque adoro aprender, detesto quem não saí da cepa torta......picuinhas. Quando vou ao Porto, basicamente sou o relações publicas e estou com elas. O sábado é o dia dos amigos, ninguém sai com as namoradas! Vem uma, vÊm todas! O sexo masculino na repsol, e elas dentro do carro....o chamado grupo dos carros no seu ritual semanal.

Dedicado ao pé esquerdo (white)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Hoje vivi recordações que fizeram parte da minha vida durante 15 anos, uma rotina semanal, desde os 350 metros que separam a minha casa do pavilhão (minha segunda casa), o ultrapassar daquela porta com os cartazes a anunciar os jogos do fim-de-semana, aquele piso, aquelas tabelas, o descer das escadas para os balneários, sentir o cheiro de tudo aquilo, a sala dos equipamentos, a sujidade das bolas a passar para as mãos, aquele corredor.........aquele corredor meu deus! maravilhoso sentir tudo isto, espero que os novatos possam recordar o mesmo que eu, daqui a uns anos.
É um orgulho ter feito parte deste clube e desta compilação:

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Rua Garrett, uma da manhã, cruzo-me com o artista que me vendeu uma carteira reciclada, exactamente no mesmo sitio mas na semana anterior. As minhas únicas palavras foram:
então e as carteiras? e ele depois de responder, olha para mim fixamente e diz: tu és Sagitário! admito que perdi a respiração por 3 segundos, que cena marada! A história não ficava por aqui, esse profeta, estava acompanhado de uma pseudo artista, que me confrontou com alguns poemas da sua autoria em troca de moedas, não rejeitei, e com 1 euro recebi 3 poemas, qualquer um deles divinais, pois dá para compreender a tralha que aquela rapariga leva na cabeça, mas tinha sido generosa e por isso achei-lhe piada......meu deus tive que ficar à conversa 15 minutos e concluí que ele estava num estado algo alterado e ela fazia do alterado o seu estado normal.
Deixo-vos com um belo poema da Anabela Raposo:

Poema do Azargalhado

O azargalhado deu uma gargalhada
que ecoou no ah
e olhou-se ao espelho
a ver-se ao olhar
ao menos teria
uma cara de azar
e o que pensou
deu-lhe que pensar
é que tinha sorte com o seu azar
e gargalhou só mais uma vez
o que dava sorte às duas por três
o que o azar seria
até nem sabia
por isso lhe davam a alcunha de azargalhado
Não fosse o diabo tecê-las
brindou sem saber
se ao azar se à sorte
ao que um homem quiser
pois pr'alguns terem sorte
ficai a saber................................é ter muito azar.

FARO, primitivamente denominado Ossónoba, terá surgido por volta do século VIII a.C., durante a colonização fenícia do Mediterrâneo Ocidental. Tinha então um carácter de entreposto comercial, integrado num vasto sistema mercantilista baseado na troca de produtos agrícolas, pescado e minérios, situação que se manteve nos períodos grego e cartaginês.

É a minha cidade natal, tenho uma grande afeição por ela, mas é uma autêntica pasmaceira. ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Aí está o mestre......camarada Fausto
25 de Abril SEMPRE!!! :)

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008


Este é o texto que me acompanha para todo o lado e que me atormenta os pensamentos...interessante ver como os nórdicos conseguem compactar tantas ideias em tão poucas páginas, um verdadeiro mundo enigmático que dá vontade de descobrir ao milímetro.

" Mas não acredito no que disse sobre os girinos pois não irei receber as minhas sacas de trigo antes de quarta-feira."
Lagerkvist