terça-feira, 30 de junho de 2009

pós Terra Interior

Ainda no rescaldo dos dias intensivos que tive, quero aproveitar para escrever o que me vai na alma. Depois de três anos exaustivos de muita criação e partilha, chegou quase ao fim um ciclo muito importante na minha vida pessoal e artística. Este último processo teve tanto de prazeiroso, como de cansativo. O grupo era forte e unido, e todos estavam a remar para o mesmo lado, o que muitas vezes não é fácil de acontecer. No início, foi um pouco difícil habituar-me à ideia, de trabalhar textos de Handke fragmentados, mas as coisas foram-se encaminhando a seu tempo, e finalmente entrenhou-se de tal maneira, que só apetecia fazer mais vezes para amadurecer. Como tudo nesta vida é fugaz como um relâmpago, nada como aproveitar os momentos de adrenalina que o palco nos oferece, perto de pessoas que se estima. Foi assim o processo do espectáculo Terra Interior! Tive o prazer de conhecer pessoas ao longo de três anos, de vê-las errar, chorar, rir, brincar, evoluir, e isso marca-nos para a vida. Há colegas que anseio por voltar a cruzar-me em cena, pois foram fulcrais na minha evolução e eu também sinto que dei muito de mim para que eles pudessem trilhar o seu caminho. "Os caminhos querem ser andados", ou "O caminho faz-se andando." Sei que é inevítavel que os acontecimentos tenham um fim, mas esta comunhão foi muito intensa, e poucas serão as vezes que o adeus será tão carregado. Não podia deixar de falar no meu irmão, camarada de tantas lutas, que tanto adoro, Emanuel Arada, um actor que transporta consigo um grande brilho, suportado por uma grande humildade e generosidade! Chega de lamentações! Há muito para fazer, a carreira ainda peca por curta...

terça-feira, 23 de junho de 2009

Anúncio para o festival Mostra-Me
Foi um prazer fazer parte deste grupo de actores e trabalhar com o realizador Marco Martins.

segunda-feira, 22 de junho de 2009



M/12
a partir de Peter Handke
ESPECTÁCULO DOS FINALISTAS DA LICENCIATURA EM TEATRO

27 a 29 de Junho, 21h30
Teatro Maria Matos

Entrada Livre. Reserva Obrigatória
Tel.: 21 843 88 01 - bilheteira.teatromariamatos@egeac.pt
Levantamento do bilhete até uma hora antes do início do espectáculo


O palco é um palco, uma praça, uma planície ensombrada por montanhas ao fundo, um local de passagem e interiores diversos. Espaços geográficos, sim, mas sobretudo diferentes espaços subjectivos, habitados por uma mesma obsessão e suas variações.

Chamemos-lhe uma viagem, a viagem do sujeito dentro de si próprio, perdido, ancorado nos seus medos. Uma história de heróis contemporâneos, sem Deus, perdidos no silêncio, em busca de algo que lhes permita ser “saudavelmente superficiais”.

Os actores desdobram-se em múltiplas personagens que anseiam por um mundo em que tudo tenha solução, que escutam e se esforçam por falar, por encontrar de novo as palavras, por construir frases em voz alta mesmo que essa fala seja sem sentido.
Cristina Carvalhal


Direcção e Dramaturgia: Cristina Carvalhal
PROFESSORES RESPONSÁVEIS
Design de Cena: António Lagarto
Dramaturgia: Armando Nascimento Rosa
Produção: Miguel Cruz
PROFESSORES DE APOIO
Voz: Sara Belo
Corpo: Luca Aprea


INTERPRETAÇÃO
Afonso Lagarto
Emanuel Arada
João de Brito
Luísa Kotsev
Maria Camões
Pedro Vieira
Rita de Brito
Tomé Quirino


CENOGRAFIA E FIGURINOS
André Silva
Diana Piquer

DRAMATURGIA
Mariana Guerra
Natasha Faria

ASSISTÊNCIA DE ENCENAÇÃO/DIRECÇÃO DE CENA
Nina Repas

PRODUÇÃO
Ana Feteira Monteiro

DESENHO DE LUZ E DIRECÇÃO TÉCNICA
João Belo


GABINETE DE PRODUÇÃO ESTC
Conceição Alves Costa
Pedro Azevedo
Rute Reis

MESTRA DE GUARDA-ROUPA
Olga Amorim

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Título

Há uns aninhos atrás, numa daquelas noites quentes que Faro nos proporciona, estava eu a conversar com o meu grande amigo Emanuel (Manuca), e entre assuntos basquetebolísticos, musicais, políticos, etc, veio à baila a nossa banda da juventude, os Pearl Jam. Depois de alguns minutos a fio a trocar opiniões, ele disse-me: "é pá, já ouviste a Untitled com atenção? foda-se ouve essa malha e dá especial atenção à letra do principio ao fim!! É das poucas músicas que nunca me canso de ouvir" Até hoje, nunca mais me esqueci, parece que o estou a ouvir.
Eu conhecia a música e gostava da melodia, mas perdi-me no meio do repertório dos Pearl,e nunca a tinha ouvido com especial atenção. Não perdi tempo e assim que tive oportunidade lá fui ouvi-la no Cd "Live on Two Legs", lembro-me de a ouvir vezes sem conta, e ainda hoje é das minhas músicas de eleição.
O meu blogue, não tem este título por desleixo, ou por falta de criatividade, mas sim devido a esta história!

Untitled

got a comb, got some gas,
oh lets get out of here, get out of here fast,
oh everyone's confused, so I stay in my room,
if I go...I don't want... to go...alone...I hope you get this message, or you're not home
I could be there in ten minutes or so,
oh I got my things, we'll make it up as we go along,
oh with you I could never be alone,
never....be....alone
Este texto já tem algum tempo, mas agora vejo-o com outros olhos...

Lembras-te daquelas tardes de Outono em que me vias olhar para a menina da mercearia. Como era bela, com aqueles olhos cor de mel, toda ela era ternura, e a delicadeza com que tocava na pêssegos e nas maças….sabes, eu tremia quando a via, parecia que estava alguém a arranhar esferovite. Era uma sensação única! Passava horas naquilo, nada me abalava, nem o fim da guerra do Golfo me fazia desarmar. Obsessão era o meu nome do meio. Porque que é que venderam a mercearia, hum? Capitalistas merdosos! No dia em que ela partiu, chorei como um recém-nascido, e não conseguia imaginar que nunca mais poderia vislumbrar aquela face desenhada a lápis de cor. Édipo seria um felizardo perto de mim. Mas sei porquê, algo me dizia que voltaria a encontrá-la, nem que fosse no sítio mais recôndito do mundo. A minha vida tinha inevitavelmente de seguir um rumo. Comprei um mapa com todas as mercearias da região, e com a minha pasteleira ye-ye meti-me à estrada. Só a minha retina a podia identificar, pois nem o nome dela sabia...

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O que anda no meu hi-pod:

Jean Michel Jarre!

Consta que foi o primeiro artista estrangeiro a dar um concerto na China, depois da morte de Mao Tsé-tung, aqui ficam algumas imagens:

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Educação perfeita??

Num pacífico Domingo à tarde, onde não se vê viv`alma na Rua. Ao entrar no autocarro da Eva que me levaria a Lisboa, deparo-me com a já habitual troca de lugares, onde ninguém acerta com o seu muitas vezes propositadamente. Ao chegar aos lugares traseiros, reparo que o meu lugar está ocupado por um miúdo vestido a rigor, com a farda do colégio militar. Perguntei-lhe: "Esse é o teu lugar?" e o miúdo de pronto: "é sim", com a maior das latas. Não liguei e decidi sentar-me num outro sítio, que possivelmente iria ter de desocupar, quando a pessoa referente chegásse. E chegou mesmo!!! Disse-me delicadamente, "este é o meu lugar", levantei-me e dirigi-me ao miúdo e disse: "desculpa, mas vais mesmo ter de sair para o teu lugar!". E lá foi ele....
Isto para dizer, que não percebo os princípios que são incutidos aos miúdos nesses colégios, mas se são estes, desculpem-me, mas: Viva as Escolas Públicas!