terça-feira, 30 de junho de 2009

pós Terra Interior

Ainda no rescaldo dos dias intensivos que tive, quero aproveitar para escrever o que me vai na alma. Depois de três anos exaustivos de muita criação e partilha, chegou quase ao fim um ciclo muito importante na minha vida pessoal e artística. Este último processo teve tanto de prazeiroso, como de cansativo. O grupo era forte e unido, e todos estavam a remar para o mesmo lado, o que muitas vezes não é fácil de acontecer. No início, foi um pouco difícil habituar-me à ideia, de trabalhar textos de Handke fragmentados, mas as coisas foram-se encaminhando a seu tempo, e finalmente entrenhou-se de tal maneira, que só apetecia fazer mais vezes para amadurecer. Como tudo nesta vida é fugaz como um relâmpago, nada como aproveitar os momentos de adrenalina que o palco nos oferece, perto de pessoas que se estima. Foi assim o processo do espectáculo Terra Interior! Tive o prazer de conhecer pessoas ao longo de três anos, de vê-las errar, chorar, rir, brincar, evoluir, e isso marca-nos para a vida. Há colegas que anseio por voltar a cruzar-me em cena, pois foram fulcrais na minha evolução e eu também sinto que dei muito de mim para que eles pudessem trilhar o seu caminho. "Os caminhos querem ser andados", ou "O caminho faz-se andando." Sei que é inevítavel que os acontecimentos tenham um fim, mas esta comunhão foi muito intensa, e poucas serão as vezes que o adeus será tão carregado. Não podia deixar de falar no meu irmão, camarada de tantas lutas, que tanto adoro, Emanuel Arada, um actor que transporta consigo um grande brilho, suportado por uma grande humildade e generosidade! Chega de lamentações! Há muito para fazer, a carreira ainda peca por curta...

1 comentário:

Jo disse...

Parabéns pela peça :) gostei muito! vocês estavam todos muito bem! e notava-se a união de q falas :)
acredito que ainda vou ver-vos por aí...num qualquer palco ou num ecrã (grande ou pequeno) :)