quarta-feira, 29 de abril de 2009
domingo, 26 de abril de 2009
sábado, 25 de abril de 2009
sexta-feira, 24 de abril de 2009

Triste notícia nocturna
Passava pouco da meia-noite quando me dirigi ao Maria Matos, encontro uma amiga que já deixou as lides teatrais, que depois de dois dedos de conversa diz-me: então não sabes do Zagalo??? teve um AVC e nem consegue falar! O meu corpo estremeceu, fiquei gelado, sem conseguir proferir uma única palavra. Posso dizer que este SR. ensinou-me muito, e que muito do que tenho conseguido até hoje se deveu aos seus ensinamentos. Sempre acreditou no meu valor e por isso o estimo bastante. Espero que recupere rápido, porque o Teatro precisa dele!
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Aqui fica o vídeo da música Minha Grande Culpa dos LUDO, uma banda em ascensão no panorama nacional, que vai vingar de certeza!
A frase chave para o sucesso do vídeo clip foi : TENS O CABE TODE EMPACHADE DA HELSSS!
segunda-feira, 20 de abril de 2009

Inexplicável! Numa fase em que só se ouve falar de crise, e mais crise, e mais fábricas a fechar, e mais desemprego. Apetece dizer barda merda por duas horas. Faz agora 3 anos que vi o último concerto de Xutos, e não há dúvida que continuam a brilhar. Hoje no Casino Estoril, era lindo olhar em redor e ver a alegria das pessoas, que ultimamente andam sempre de olhos na calçada. Esta banda emana carisma, alegria, experiência de vida e acima de tudo a modestia que os caracteriza há 30 anos. Foi a apresentação do novo albúm que saiu há pouco tempo e já é disco de ouro. É obra! As presenças dos convidados Pacman e Manuel Paulo abrilhataram ainda mais a noite, que estava longe de estar no fim, houve ainda tempo para enganos de Tim, e Kalú que ao não perceber o ínicio da música "Sensações" parou e disse: "Nós temos nomes de guerra para as músicas, lembro-me lá das sensações", o que gerou a risada de toda a sala. Os maiores presentes vieram no fim quando Kalú pegou no microfone e cantou, ainda com gesso no pé, e insistia em fazer o simbolo dos Xutos com as muletas. Já com Tim de novo como timoneiro, os arrepio vieram sem avisar quando a chuva dissolvente se tornou à minha maneira na minha casinha.
P.S. - Obrigado Pitti pelo convite!
quarta-feira, 15 de abril de 2009
3 Estrelas
Não é fácil o amor. Nada fácil mesmo, menos ainda para um casal de meios-irmãos, na antecâmara do delirio à beira do abismo moral, atazanados por um pai omnipresente e um incómodo pendura que não se sabe bem ao que anda, mas ainda assim perturba. Loucos por Amor, de Sam Shepard(n.1943), é, em Portugal, com cinco encenações anteriores a esta versão, sem dúvida a mais representada obra do dramaturgo, escritor, poeta, argumentista, actor, músico e ocasionalmente encenador e realizador americano. Como todas as suas peças, Shepard usa o paradoxo de colocar as suas personagens, quase sempre vaqueiros formados na vastidão solitária das planicies e galdérias sem freio doméstico e libido exaltada, confinadas a ambientes claustrofóbicos, como oprimidos que lutam por um poder mesquinho de dominação do outro em nome da paixão descabelada. Assim é em Loucos por Amor, onde, sobre uma cena montada como um ringue ou uma mais apocalíptica arena estilo Mad Max, se desenrola o drama da triste e violenta e apaixonada história dos amores de Eddie e May, que João de Brito e Cheila Lima interpretam com desembaraço, na companhia de Carlos Malvarez e Tiago Nogueira, dirigidos por Paulo Alexandre Lage, que compreendeu a importância do texto e não o afoga em artifícios escusados.
Rui Monteiro (Time Out)
sexta-feira, 10 de abril de 2009
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Os meus pais morreram há muito tempo. Cada um deles deixou em mim uma imagem muito especial, guardada na minha memória. Lembro-me de encontrar a minha mãe a caminho de casa, carregada de sacos de compras, num trilho íngreme. Estava sozinha até onde se estendia a vista e arrastava-se com dificuldade montanha acima, não apenas por causa das compras. Como é que ela era? Uma abandonada, expulsa da comunidade dos seres humanos, ferida de solidão. Ela tinha diante dos olhos arregalados, que nunca piscaram apesar do Sol, a visão da morte. Ao cruzar-se comigo, reconhece-me, mas mesmo assim não modifica a sua expressão. O meu pai estava sentado ao ar livre na floresta, no mesmo sítio onde costumávamos ir colher amoras. Ele não era velho, e até tinha facilidade em andar, mas de repente não conseguir continuar, tal era o seu abatimento. Vai tranquilo, meu filho, que eu, por enquanto ainda estou, à tua espera. São estas as duas imagens que fazem com que os meus pais continuem vivos em mim.
Peter Handke